Decisão da dieta enteral
A dieta enteral é um método bem estabelecido para fornecer nutrição a pacientes que estão em risco de desnutrição, e seus benefícios e segurança já foram claramente demonstrados. Mesmo assim, a decisão de iniciar e desmamar um paciente da dieta enteral vai além de vantagens clínicas.
A dieta enteral pode impactar muitos aspectos da vida de um paciente – social, familiar e profissional, hobbies, viagem e intimidade. Isso pode ser desafiador para alguns pacientes e cuidadores. Por esses motivos, pode haver considerável ansiedade entre pacientes e familiares durante o início da dieta enteral, e ocasional relutância dos profissionais de saúde em dar alta aos pacientes.
RESISTÊNCIA DO PACIENTE
Pacientes e cuidadores podem ter muitas perguntas, emoções e necessidades, assim que a decisão de se iniciar ou finalizar a dieta enteral tenha sido tomada. Sem o apoio correto, isso pode impedi-los de aceitá-la, levando-os a dúvidas e insegurança sobre o futuro. Tais dúvidas e a falta de informação, também podem aumentar a probabilidade dos pacientes e cuidadores cometerem erros, ou não aderirem à rotina da dieta enteral prescrita.
Todos esses resultados colocam em risco a saúde do paciente. A alimentação oral forçada não se constitui em alternativa vantajosa, pois pode levar a um risco maior de aspiração. Por outro lado, o consumo de volumes insuficientes conduz à desnutrição, que pode retardar a recuperação do paciente, colocando em risco seu tratamento.
As inseguranças do paciente e do cuidador sobre a dieta enteral podem também retardar a decisão do profissional de saúde de colocar a sonda. Questionamentos frequentes: “Meu paciente é capaz de administrar a sonda?” ou “O cuidador de meu paciente tem a confiança de administrar a dieta enteral em casa?”.
No entanto tal relutância pode prolongar o impacto da desnutrição, levando a uma recuperação nutricional mais lenta, e complicações que resultam em estadias mais longas e frequentes no hospital.
A relação do profissional de saúde, principalmente o médico e o nutricionista, com os familiares e o paciente, são um dos pontos mais importantes e decisórios do sucesso da terapia nutricional.